Um homem foi resgatado pela Polícia Militar após ser mantido em cárcere privado dentro de uma residência apontada como ponto de tráfico de drogas em Campo Grande. A vítima, que teria sido “julgada” por um suposto Tribunal do Crime, foi encontrada amarrada e com marcas de agressão pelo corpo.
Segundo informações do registro policial, os militares foram acionados via denúncia anônima, informando que uma pessoa estava sendo espancada e pedia socorro dentro de uma casa na região oeste da cidade. O local já era conhecido pelas autoridades como uma boca de fumo ativa há anos.
Ao chegar, os policiais ouviram gritos vindos de dentro do imóvel e decidiram entrar. Um homem foi encontrado sentado na varanda, enquanto a vítima foi localizada em um dos quartos, amarrada com fios de carregador e cadarços, deitada sobre uma cama. Imediatamente, os agentes soltaram a vítima e prestaram os primeiros cuidados.
Ainda abalado, o homem contou que atua como usuário e pequeno traficante, e que teria perdido uma quantia significativa de entorpecentes sob sua responsabilidade. Por causa do prejuízo, acumulou uma dívida com traficantes locais e com a facção criminosa que atua na região. Como forma de cobrança, foi surpreendido e agredido por integrantes do grupo, que o mantiveram sob ameaças até o “julgamento” previsto para ocorrer naquele mesmo dia.
Durante o tempo em que esteve sob cárcere, a vítima foi agredida com pedaços de madeira e ameaçada de morte. Os agressores ainda tentaram extorquir a família, exigindo o pagamento da dívida em troca da liberdade. Um dos envolvidos assumiu a responsabilidade de vigiar o homem e impedir sua fuga, e foi detido no local, confessando participação no crime em troca de drogas.
A vítima apresentava escoriações leves e não precisou ser encaminhada ao hospital. Nenhum outro envolvido foi localizado na casa, que não possuía câmeras de segurança nem elementos que facilitassem a identificação dos demais autores.
Tanto o suspeito quanto a vítima foram levados à delegacia especializada, onde o caso foi registrado e segue sob investigação. A polícia trata o episódio como cárcere privado, extorsão e lesão corporal.