Golpe da cesta básica: mulher disfarçada de funcionária da Prefeitura rouba R$ 50 mil de idosa

Uma aposentada, de 77 anos, perdeu cerca de R$ 50 mil após ser enganada por uma mulher que se passou por funcionária da Prefeitura de São Paulo. A vítima afirma que a criminosa teria insinuado que ela havia ganhado cestas básicas do governo.

Imagens mostram o momento em que a mulher chega à casa da vítima, na região de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. Ela segura uma sacola e consegue entrar na casa da idosa, que afirmou que a criminosa havia ligado no dia anterior e combinado de encontrar a aposentada.

“Ela me ligou perguntando se podia vir na minha casa entregar a cesta básica que eu fui sorteada pelo governo. Eu achei estranho, mas falei que podia. Ela estava com uma blusa que identificava que fazia parte de algum programa de doação de alimentos”, disse a vítima.

Ao perceber que a idosa estava sozinha em casa, a golpista se aproveitou da situação e disse que precisava preencher um documento e confirmar alguns dados.

“Ela falou que tinha que preencher um formulário para comprovar que entregou a cesta básica. Ela não pediu documentos. Perguntou se morava no local, se a casa era minha, falei que estava em inventário e pediu uma foto minha. Eu achei estranho, falei ‘para que?’. Ela falou que estava armada e ia me pegar”, completou.

Depois do registro fotográfico, a mulher informou que, em 15 dias, chegaria um cartão na casa da vítima, que ficou feliz, já que com a cesta básica doada conseguiria ajudar uma das filhas. A câmera de segurança da residência registrou a saída da mulher.

Depois de sair da casa da vítima, aqui na região de Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, a golpista andou alguns passos e foi ao encontro de um homem que esperava por ela na esquina. Os dois fugiram juntos, de moto.

Ao contar à família sobre a visita da suposta funcionária da Prefeitura, os parentes desconfiaram. Com os dados da pensionista, a estelionatária fez um empréstimo consignado de R$ 26 mil. O dinheiro foi repassado para a conta de um homem por meio de diversas transferências via pix.

Somando todos os juros, a dívida da idosa ultrapassa R$ 50 mil. A parcela vai comprometer quase metade do benefício da aposentada.

“Nem pensava nisso… Meu deus, como fui cair nessa. Tô me sentindo mal. Faz duas noites que eu não dormia. Sabe-se que eu moro aqui e pode fazer alguma coisa né”, disse a vítima. A família procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência. As imagens das câmeras de segurança também foram entregues à investigação.

Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura Municipal de São Paulo informou que nenhum funcionário tem autorização para fazer contato direto com beneficiários de programas sociais e solicitar dados pessoais.

O AgiBank, responsável pela concessão do crédito consignado, afirmou que analisa a devolução do dinheiro da vítima e que bloqueou as contas dos destinatários para evitar novas transações bancárias e colabora com as autoridades policiais.