Pacas, tucanos e macacos-prego voltaram a viver em liberdade no Pantanal sul-mato-grossense, graças a uma série de ações do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), por meio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), realizadas em julho de 2025.
As atividades aconteceram em parceria com o projeto Onçafari, na Reserva Santa Sofia, em Aquidauana, e envolveram solturas, aclimatação e início do monitoramento de animais reabilitados.
Entre os protagonistas dessa ação, quatro pacas retornaram ao ambiente natural após passarem por um processo completo de recuperação. A soltura foi feita de forma cautelosa, respeitando o ritmo de cada animal.
Na mesma reserva, 11 tucanos-toco (Ramphastos toco), vítimas do tráfico de fauna silvestre, foram encaminhados para um recinto de aclimatação. As aves seguem em observação até que estejam prontas para retomar a vida livre, longe das gaiolas.
Outro destaque foi o início do monitoramento de macacos-prego (Sapajus libidinosus) com colares de radiofrequência (VHF), uma tecnologia inédita no CRAS. Esses primatas estão em aclimatação desde março e, com o novo sistema de rastreamento, será possível acompanhar sua adaptação após a soltura e garantir maior eficácia no processo de reintegração.
“Ver esses animais voltando à natureza é um presente. Muitos chegaram debilitados, sem perspectiva. Hoje, estão prontos para retomar o que sempre foi deles por direito: a liberdade”, afirmou a gestora do CRAS, Aline Duarte.
A Reserva Santa Sofia é administrada pelo Onçafari e conta com uma estrutura voltada para a reabilitação de diversas espécies do Pantanal, como onças-pintadas, araras, antas, aves de rapina, ungulados e primatas.
“Cada soltura é uma conquista. Trabalhamos para que esses animais possam apagar as marcas da violência sofrida e tenham a chance de reescrever sua história na natureza”, destacou a médica-veterinária do CRAS, Jordana Toqueto.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, reforçou o compromisso do Governo do Estado com a preservação ambiental. “Essas ações demonstram o papel técnico do Imasul, que, aliado a parcerias, tem permitido a reintrodução segura de animais ao ambiente natural, cumprindo sua função ecológica.”
A atuação conjunta entre ciência, dedicação e empatia mostra que conservar é mais do que preservar números — é restaurar vidas e renovar esperanças no coração do Pantanal.