Mato Grosso do Sul vive um momento de destaque no comércio exterior. Entre janeiro e setembro de 2025, o Estado exportou US$ 8,18 bilhões, enquanto importou US$ 1,83 bilhão, gerando um superávit recorde de US$ 6,34 bilhões na balança comercial. O número representa uma alta de 10,84% em relação ao mesmo período do ano passado.
As informações são da Carta de Conjuntura do Comércio Exterior, divulgada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Exportações em alta: celulose assume a liderança
O bom desempenho foi puxado por três produtos principais:
Celulose – 29,22% das exportações
Soja – 25,58%
Carne bovina – 15,92%
A celulose ultrapassou a soja e se tornou o principal item da pauta exportadora. Em 2024, a soja liderava com 34,71%. A carne bovina também ganhou força, aumentando sua participação no total exportado. Já produtos como açúcares, melaços e farelo de soja perderam espaço neste ano.
Importações em queda: gás natural puxa retração
As importações caíram 12,75%, com destaque para a forte redução nas compras de gás natural da Bolívia, que ainda representa o maior item importado. Entre janeiro e setembro, o volume de gás caiu cerca de 30,7%, e o valor pago recuou 33%, totalizando US$ 606 milhões.
Outros produtos importados em destaque foram o cobre (8,14%) e caldeiras industriais (6,86%), utilizadas principalmente em usinas do setor sucroenergético.
China lidera como maior destino das exportações
A China segue como principal parceira comercial de Mato Grosso do Sul, com US$ 3,768 bilhões comprados no período — 46,11% do total exportado. Apesar do volume ter crescido em relação a 2024, a participação no total caiu levemente.
Os Estados Unidos continuam na segunda posição, mas com queda nas compras: passaram de US$ 471 milhões no ano passado para US$ 426 milhões em 2025, reduzindo sua participação de 6,02% para 5,21%.
Secretário destaca perfil exportador do Estado
Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, os números confirmam a força do agronegócio e a vocação exportadora de MS:
“Tivemos um desempenho sólido, com destaque para celulose, soja e carne. A queda na importação de gás ampliou o superávit, mas o mais importante é reconhecer que somos um Estado essencialmente exportador. O resultado está dentro do esperado, com base em todos os indicadores positivos que vínhamos acompanhando.”