A presença da Polícia Científica dentro da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, tem ampliado a agilidade na produção de provas e o acolhimento às vítimas de violência. Desde março de 2023, o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) passou a realizar perícias no mesmo local onde as mulheres registram ocorrência, recebem atendimento psicológico e são acompanhadas por assistentes sociais.
O resultado aparece nos números: em 2024, a unidade registrava média de 60 atendimentos mensais; em 2025, o índice mais que dobrou, chegando a 144 em maio.
Além de agilizar investigações, a iniciativa garante atendimento humanizado. O protocolo adotado prevê que a vítima não precise repetir detalhes do ocorrido, pode interromper o exame a qualquer momento e é informada sobre cada etapa do procedimento, fortalecendo a confiança no processo.
O modelo integra a rede de proteção em Mato Grosso do Sul, que já conta com estruturas especializadas como a “Sala Lilás”, criada em 2017 na capital, e a unidade da Polícia Científica em Amambai, inaugurada em 2022. Em Dourados, o projeto “Acalento” reúne perícia, atendimento médico, psicológico e policial dentro do Hospital Universitário da UFGD.
Segundo a direção do IMOL, essas ações fortalecem a materialização das provas técnicas, essenciais para responsabilizar autores de violência e garantir que denúncias não sejam ignoradas. A atuação vai desde a coleta de vestígios em locais de crime até a elaboração de laudos periciais, que podem ser decisivos em processos judiciais.
Durante o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, Mato Grosso do Sul reforça a importância da integração entre instituições para dar respostas rápidas, seguras e respeitosas às vítimas.