Mato Grosso do Sul alcançou no 2º trimestre de 2025 a menor taxa de desocupação já registrada para o período desde o início da série histórica, em 2012. Segundo a PNAD Contínua Trimestral, do IBGE, o índice ficou em 2,9%, resultado que representa queda de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (4%) e de 0,9 ponto na comparação com o mesmo período de 2024 (3,8%).
De acordo com o Boletim do Observatório do Trabalho, elaborado pela Semadesc e pela Funtrab, o Estado ocupa a quarta posição no ranking nacional das menores taxas de desemprego, atrás apenas de Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%). A média brasileira é de 5%. Em Campo Grande, a taxa ficou em 4,3%, oitava menor entre as capitais do país.
Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, os números refletem a solidez do mercado de trabalho estadual.
“Devemos comemorar essa taxa histórica de 2,9%. No trimestre anterior, o índice estava em torno de 4% e, no mesmo período de 2024, em 3,8%. A queda mostra o impacto positivo dos investimentos privados no Estado, que têm ampliado significativamente as oportunidades de emprego”, afirmou.
O secretário também destacou o impacto das políticas públicas voltadas à empregabilidade.
“Já começamos a ver os resultados do MS Qualifica, programa que prepara a mão de obra e conecta oferta e demanda de vagas, contribuindo para ampliar a empregabilidade”, acrescentou.
Informalidade em queda
Outro ponto positivo apontado pela pesquisa foi a redução da informalidade. O índice ficou em 32%, o terceiro menor já registrado em um segundo trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho foi de 9,8% (281 mil pessoas), e o percentual de desalentados caiu para 0,8%.
Segundo Verruck, essa mudança é fundamental:
“Não apenas reduzimos o número de desempregados, mas também conseguimos transferir trabalhadores da informalidade para o mercado formal. Isso diminui a pressão sobre programas sociais, tanto do governo federal quanto do estadual”.
Renda e setores da economia
O rendimento médio real habitual do trabalho principal foi de R$ 3.466, uma alta de 2,09% em relação ao mesmo período de 2024 (R$ 3.395), embora tenha apresentado recuo frente ao trimestre anterior (R$ 3.891).
Quanto aos setores, os maiores índices de ocupação estão em:
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (20,9%);
Comércio e reparação de veículos (19,3%);
Agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (10,7%).
No total, o mercado formal reúne 67,9% dos trabalhadores do Estado.
Safra e indústria puxam empregos
Para Verruck, o bom desempenho do mercado de trabalho também foi impulsionado pela recuperação da safra agrícola e pela retomada da atividade industrial.
“As colheitas de soja e milho, a retomada da produção florestal e empresas operando em plena capacidade sustentaram os números positivos. Mesmo fatores externos, como o ‘tarifaço’ dos EUA, não tiveram impacto imediato sobre o emprego em Mato Grosso do Sul. Seguimos no caminho certo: qualificando a mão de obra, reduzindo a informalidade e gerando empregos de qualidade”, concluiu.