Tuma Jr. também rebateu as críticas de que o conselho não fiscalizou supostas irregularidades nos 16 anos de gestão da ala “Renovação e Transparência”, que agora é oposição ao poder, e que conta com a adesão de alguns ex-membros da gestão Augusto Melo. Ele atribui as críticas, principalmente em redes sociais, a “robôs” – perfis impulsionados artificialmente para aumentar o engajamento.
“Desde 95, sempre fui uma pessoa independente, e sempre fui oposição a algumas gestões. Não sou contra as pessoas, mas contra os modelos de gestão. Eu sempre estive fiscalizando, fiscalizei a gestão do Roberto [de Andrade, ex-presidente]. Fui um dos autores do pedido de impedimento. Na gestão do Andrés [Sanchez, ex-presidente], nós votamos contra as contas deles.
“Com certeza a gente reverte isso, mesmo porque ele [Romeu Tuma Jr.] não deu chance para um monte de coisa. Ele foi ditador em vários sentidos. Teve confusão porque ele automaticamente advogou por ele. Ele comentou, julgou e não me deu o direito de comentar. Aí virou tumulto. É um ditador. Não tem condição emocional e nem competência para dirigir o Conselho. A gente tem que entrar com a destituição dele”, protestou o presidente do Corinthians.
Processo pode acabar com impeachment de Augusto Melo
A primeira votação uma derrota para Augusto Melo. Conselheiros analisaram se o impeachment seria votado. Nesse momento Melo podia se livrar do processo, mas não conseguiu. Com 126 votos contra 114, ficou decidido que haverá a votação final, que pode tirar Melo do poder no Corinthians. A aprovação aconteceu sem o voto de 62 conselheiros, e há uma discussão se eles poderão participar da nova reunião que pode decidir pela admissibilidade do processo de impedimento.
A votação final ainda não tem data para acontecer, mas é provável que aconteça na próxima semana ou no início de fevereiro. Até lá, Augusto segue no cargo. Caso o processo de impeachment avance, o estatuto do Corinthians prevê o afastamento provisório de Melo até a convocação da assembleia geral de associados, que decidirão o futuro do atual mandatário em definitivo. Se Augusto Melo for destituído, quem assume a cadeira da presidência é Osmar Stabile, primeiro vice-presidente da gestão.
Melo é questionado por conta do caso de patrocínio da Vai De Bet, que fechou e rompeu contrato de patrocínio com o clube em 2024. A negociação que trouxe a bet para o clube é alvo da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, por suspeita de furto qualificado, apropriação indébita, corrupção privada no esporte e lavagem de capitais, mas o inquérito ainda não foi concluído.
Reunião teve confusão e até agressão
A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians que vota o impeachment do presidente Augusto Melo, nesta segunda-feira (20), foi marcada por grandes confusões, com xingamentos e até agressão.
Apoiadores do presidente Augusto Melo partiram para cima de Sergio Janikian, ex-diretor de futebol na gestão de Roberto Andrade. Um dos seguranças dele levou um soco no rosto.